acorde a Lisístrata que há em si! |
Estão os militares portugueses preocupados porque a penúria ameaça estender-se ao sector e há francas hipóteses do Ministério da Defesa não ter como garantir os ordenados e as reformas dos ex-militares, nos próximos meses.
É legítima a preocupação da classe. E que bom que isto se passe num país democrático, e não em África, onde esta situação se reverteria rapidamente num projecto de extorsão do poder pelo exército.
Mas fica uma pergunta por fazer: Portugal precisa de um exército desta dimensão nesta altura? Para se defender de quê? Que proveito tem um país tão pequeno e dependente em ter um exército que lhe devora uma fatia substancial do bolo que devia ser gasto em cultura, em bibliotecas, em educação, numa melhor distribuição social? Claro que há compromissos internacionais a respeitar, mas à tal Europa cínica e estritamente económica não deviam os pequenos países entregar a factura pela obrigação de estarem envolvidos em compromissos que lhes exigem um dispêndio desproporcional em relação às suas pequenas economias?
E a questão é:
Quantas consultas em oncologia custa uma bazuca?
Quantos ginásios custa um submarino?
Quantas bolsas de estudo se pagavam com um tanque?
Quantos carros de bombeiros se pagavam com um avião de combate?
Quantas peças de teatro custa um simples Tatoo Militar?
Não quero ser mal interpretado, mas constato que ou as mulheres portuguesas não sabem onde têm a cabeça, ou não têm lido muito. Ou pelo menos não têm lido a Lisístrata, do Aristófanes.
É uma simples história de mobilização das mulheres contra o prolongamento da guerra do Peloponeso, que, face à teimosia dos homens em mante-la, impulsionadas pela lucidez de Lisístrata, fazem uma letal greve de sexo. A guerra não durou muito!
Ora aí está uma forma clara de atenuar a crise portuguesa: enquanto Portugal mantiver um exército desproporcionado para as suas actuais necessidades, as mulheres deviam vestir as calças quando fossem para a cama. Mas convictamente, calças sem fecho-éclair.
Ao fim de três meses julgo que teríamos os militares de gatas, voluntariamente, a pedir demissão.
Isto também vale para a posse das armas. PISTOLA EM CASA: PERNAS CRUZADAS!
Se a boa metade da humanidade, tomando o exemplo de Lisístrata, fizesse o seu trabalho e não caísse na ladainha de um mundo congeminado pelo imaginário masculino haveria menos escolas ameaçadas por fanáticos.
Minha amiga: acorde a Lisístrata que há em si!
Time out: pernas cruzadas, mulheres do meu país.
É o futuro que está em jogo, não o engravide!
!!! Mais uma vez, Fantástico! Abraço
ResponderEliminarÉ um gosto lê-lo, entre as demais razões porque me apetece escarrapachar em todos os muros e paredes, a tinta vermelha e preta: INDIGNAI-VOS! INDIGNAI-VOS! INDIGNAI-VOS!
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