quarta-feira, 20 de abril de 2011

AS PEGADAS DE DEUS

eu, depois de ver o pé

Vi um pé que torna bamba qualquer medida. Bebia uma beer e concentrava-me num ensaio viscoso como crude e ao ouvir na tv do bar uma canção muito popular com uma letra absolutamente imbecil quis ver a tromba do grotesco. E à minha frente, numa cadeira contígua, balançava-se O PÉ.
Não sei se era o pé de Hércules, em negro, era certamente uma bisarma com ar de destino ou de foz. Um pé feminino, cuja genitália, imagino, deve ser um chamariz de atritos e forrada a papel de parede. Não sei se um pé chega a ter uma sintaxe, como a vespa que me sobe pelo copo de cerveja, mas este é uma frase-de-efeito que me deixou siderado.
Não é um pé tão livre como em Picasso, nem tão colorido como em Renoir, nem tão profundo como em Mondrian, nem tão poroso como em Pollock, mas que conexões, que belas incorrecções se podem fazer à sua sombra!
Um pé que lembra um bacalhau, talhado por dentro como um missal. Feminino.  Meu Deus, o sorriso é tão abrasivo como o pé é longitudinal.
Traz-me outra Laurentina?

1 comentário:

  1. A contemplação desse membro tão monumental me deixou em êxtase e de pernas bambas!!!

    muito bom!

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