sábado, 18 de agosto de 2012

CADA UM CHEGA AQUILO QUE É








Afirma Plotino, preto no branco, que nunca o olho lograria ver o sol se não fosse, de certo modo, ele mesmo o sol.
É um conceito mágico de identificação do sujeito e do objecto, de coincidentia oppositorum. A óptica confirmou este facto.
E contudo, apesar de prevenido, ceguei, logo ao primeiro encontro, nas aciduladas badanas do labiríntico desejo da bibliotecária.
Assim me perdi anos. Décadas.
Até a semana passada quando soube finalmente que cada um chega sempre aquilo que é. Fluido e inebriante remanescente.
Eis-me finalmente livre da tirania do sexo. Moças solteiras, viuvas, divorciadas, esqueçam!
Agora sim, posso aspirar a escrever em termos lá para os setenta ou oitenta - eis-me concentrado, pura matéria que rescende.
Só ofereço aos amigos, é um defeito meu. Também não posso ter só virtudes, não é?

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