sábado, 6 de agosto de 2011

O MAR E A MARÉ


Nunca me resignarei a que a blogesfera reproduza os tiques com que o mercado nos condiciona. Da mesma forma que uma composição musical tem de ter o formato de três minutos da canção pop, um post deve ser breve, um esguicho, para ser consumido rapidamente como uma notícia num tablóide.
Não só porque esta falta de fôlego, esta pressa, é o que nos leva a acolher o cliché e a fórmula como as duas orelhas do gato que quer passar por lebre, como também porque aquilo que importa não é mensurável.
Rabujo ao verificar após 3 dias de ausência que o meu pobre Guivellic teve 6 leitores em três dias, suspeito que por causa do tamanho do post.
Enfim, para que se perceba a dimensão do bicho, e como a substância devia ser o primeiro critério, aqui vos deixo um poema curtíssimo de Guillevic, com a esperança de que vos acicate a curiosidade para o resto:

«Nunca nos saturamos
Nós, os dois.

Temos tantas coisas
Para não dizer.

É como o mar
E a maré.»

3 comentários:

  1. Caro António, garanto-lhe q li as suas traduções do Guillevic com toda a atenção. Provavelmente a minha leitura não foi contabilizada, pois leio a maior parte dos blogues no Google Reader.
    Aliás, por causa dessa leitura ando desaustinado, pois não encontro o exemplar q tenho das traduções de David Mourão-Ferreira, q deve andar algures por aqui.

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  2. Idem. Tal como o Rui. A leitura e o uso do Google Reader.

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  3. António, eu também te leio desmesuradamente. Tanto, que se me esgotam os comentários. Não leves a mal este teu reles, mas venerando, leitor. Abraço.

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