para o Ungulani, o corsário da voz rouca,
pois tal se deu na sua cidade
Deu-se a coisa como Deus viu e ouviu, agorinha, agorinha.
Entrei no chapa e sentei-me. E atira-me o motorista:
‘E hoje que vou ganhar qualquer coisa de um white.
De mim vais ganhar raspas. Só se fores ao Padre Nosso, que a bolsinha deste white anda em branco…
Branco com branco não dá, aposto que tem milena…
Nem Washingtons nem Samoras, está tesinha como um cão.
I don’t believe…
Believe, believe…
Então, tenho uma coisinha do white e não ganho nada?
Speak to me, speak to me… que tens tu?
Mostra o meu passaporte, cujo sumiço repentino me deixou louco nos últimos quatro dias.
Rejubilo:
Por isso, levas um chocho. ‘E hoje que levas um chocho na boca de um mulungo*.
Os meus vizinhos de banco riem. Eu reforço:
‘És casado?
A animação estende-se a todo o chapa. Repiso:
E se portares bem, depois da nossa lua-de-mel pago-te o almoço.
David chama-se o condutor da minha boa disposição.
Que bom ser-nos restituída a crença nas pessoas.
O salvo-conduto merece dobradinha, e como Salomão repartirei irmãmente o feijão.
· Branco, nas línguas do sul de Moçambique
Muito bom! O que eu já me ri com esta história ;)
ResponderEliminarObrigada.
(um) beijo de mulata