"Levanta-te e apressa-te!" - é tudo os que os anjos dizem na Biblia. Chocalhe-se a criatura à vontade, não se obtém mais nada, escusamos de esperar por outro tipo de alimento se nas nossas costas ouvimos um bater de asas. E já vai com um pau!
E na verdade, que há mais a dizer? Não andamos todos enredados em vagares de galinholas? Não manobramos insidiosamente, declinando em amanhã o que poderíamos acabar agora? No meu primeiro livro de prosa, o meu conto favorito é sobre um Clube de Procastinadores. Aqueles que adiam forever. Eu sou dessa massa. A minha é uma mesa com um tampo de oleado para ser mais simples disfarçar as nódoas de vinho - eis-me sentado, sentado no meu próprio halo, dir-se-ia, anos a fio, repimpado na minha intermitência.
Levanta-te e apressa-te! Há uma sabedoria nesta suficiência que nos lembra que devíamos ser seres de impaciência.
Eu podia começar como Mathias Énard, em Zona (estupendo romance): tudo é mais difícil quando se é homem feito. Mas esqueçamos isso, ponhamos esse tipo de homem no cabide.
Pronto, já está. Hoje por hoje esvaziei o saco.
Posso agora participar do que me resta do dia.
Levanta-te e apressa-te!
Eh, já me nascem duas penas, nas axilas.
E pronto, como diria o meu amigo Cabral, chega de missa.
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