richard wilhelm
Tenho poucos heróis, gente com quem trocaria a sombra assim num estalar de dedos. O alemão Richard Wilhelm (1873-1930) é decididamente um deles. O tradutor do I Ching para o Ocidente é um homem duma grandeza moral só igual à perfídia de Rasputin, pois unicamente por absoluto contraste descortino um modo de lhe apresentar a dimensão. Richard Wilhelm foi teólogo, missionário, e sinólogo, tendo vivido cerca de 30 anos na China e feito inúmeras e excelentes traduções de clássicos chineses. Mas o que suscita a minha incondicional admiração, ao ponto de o erigir como modelo de inexcedível urbanidade prende-se com o que dele conta Carl Gustav Jung: «... confessou-me uma vez: Dá-me uma grande satisfação nunca ter baptizado um chinês!». Ora aí está um espírito religioso para quem o múltiplo e o resguardo do outro é lei e que me merece o meu mais infindo respeito. |
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