hokusai, o sonho da mulher do pescador |
Sobre o breu do mar
o grasnar dos patos,
talvez branco.
Upa, primavera –
a colina sem nome
tremula na neblina.
A toda a brida no campo
E, de repente, deténs o corcel:
o rouxinol.
Narciso e biombo
um ao outro se iluminam:
branco no branco.
Estendido flui
do mar bravo à ilha:
rio de estrelas.
Arde o sol, arde
sem piedade – mas o vento
é de Outono.
Que irrisão!
Debaixo do elmo do herói
desatou a cantar o grilo!
A este caminho
já ninguém o utiliza
salvo o crepúsculo.
Admirável
-não diz, diante do relâmpago,
que breve a vida!
Basho
Diante deste branco
crisântemo, mesmo
a tesoura duvida.
Árvore em flor.
Ela lê a carta
banhada pela lua.
Buson
Não trocam uma palavra
o anfitrião, o hóspede
e o crisântemo.
Cai o carvão,
cai no carvão:
anoitecer.
Regresso assaz irritado
- mas logo, no jardim:
o jovem salgueiro…
Acossados
escondem-se os pirilampos
nos raios de lua.
Oshima Ryota
Para o mosquito
também a noite crepita,
longa e solitária.
Há qualquer coisa
nessa cara, há qualquer… deixa
cá ver - ah sim… a víbora!
Sobes no Fuji, fazes
render o peixe – mas sobes,
caracolito!
Maravilhoso:
palpar entre as frinchas
a Via Láctea.
O rapazito queria
conservar entre os seus dedos
as gotas de orvalho.
Com que ímpeto de inveja
segue com os olhos a borboleta
o pássaro na gaiola.
Kobayashi Issa
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