Leio no Público de hoje:
«Os homens castrados que serviram os reis da Coreia ao longo de séculos viveram, em média, 14 a 19 anos mais do que os seus congéneres não castrados, conclui um estudo publicado ontem na revista Current Biology.
(…) Uma maneira de abordar a questão tem sido justamente através dos efeitos a longo prazo da castração masculina. Um estudo realizado na década de 1990, por exemplo, mostrou que a castração permitira prolongar em 14 anos a vida de doentes internados num hospital psiquiátrico quando comparados com os doentes não castrados. (…) Resultados deste tipo poderão permitir perceber melhor o envelhecimento humano, dizem os autores. Mas entretanto, acrescentam em comunicado, os homens não devem esquecer que, "para ter uma vida longa e saudável, convém evitar o stress e aprender o que podem junto das mulheres."
E tremo porque já estou a adivinhar o que vai ser vendido como nova panaceia social.
E em troca de 15 anos quantos infelizes não aceitarão o repto?
As
fotos do Kok desapareceram. Ou sabe-se onde estão mas não se conhece qualquer
plano para as divulgar, o que dá no mesmo. Imprudente foi também a intimação da
família para que a pessoa que as estava a escanar – em baixa resolução, só para
identificação futura – apagasse os seus arquivos. Tudo notícias tristes.
Por
outro lado chega de imagens: a Kodak matou o mundo. É preciso redescobrir o
implícito das imagens, o que se debilitou com a duplificação do objecto e, sobretudo,
na maior parte das vezes, com a amputação, na figura, da rede de relações que a
sustentava e animava. Os grandes fotógrafos mantém vivo esse fio secreto, esse vínculo – os de todos os dias liquidam-no. A chatice é que o Kok pertencia claramente aos primeiros.
belas cores que ainda brilham nos velhos manuscritos,
para além de se ter perdido o sentido do que ilustravam.
Ouvir um som de repente
e compreender que nenhuma palavra
detém o fluxo.
Abrir
um livro ao acaso e deparar com esta exactidão, de Lope de Vega: «como no sabe
de amor, piensa que todo es burlar».
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