Um mês depois reapareceu em hipopótamo adulto, quase à porta de casa. Era um bicho já entradote p’ra cacete.
Foi esta uma das grandes reportagens do telejornal da noite, na televisão oficial de Moçambique, TVM, hoje: o régulo reencarnado em hipopótamo.
A reportagem mostrava uma cerimónia em que participava toda a comunidade (umas 200 pessoas) por ocasião da visita de um responsável da administração regional que vinha oferecer o seu tributo ao régulo-hipopótamo:
vinho, da marca que ele gostava, e carne.
Porque apesar dos hipopótamos serem herbívoros, este não, gosta da mesma pinga do seu inquilino-régulo, e come um por outro bife - garante o repórter. Sempre acompanhado do seu copito de Camilo Alves. Se bebe por uma palhinha ou se se dilui o vinho na 'agua não foi dito.
Não se confirmou também, o que me pareceria essencial, se o hipopótamo responde pelo putativo nome do régulo.
Contudo, mostrou imagens de aldeões a baldearem o animal, duma balsa, e um deles pôs-se de pé no dorso do quadrúpede enquanto lhe lubricava o pescoço.
O repórter hesitava se a estória seria mito ou não, e confessava-se baratinado por ter sido ofertado ao grande mamífero um cabrito... se o mesmo era um herbívoro habituado ao picapau.
Cena doméstica: os olhos do hipopótamo à tona de água chispando na ciência com que o régulo fazia as suas palavras cruzadas, na vida anterior à de ser régulo, quando era missionário alemão no Ruanda.
Se um gajo comenta, acusam-no de ser um racionalista. Se não comenta cumplicia-se com benza-o Deus. Só vejo uma solução: convidar o hipopótamo para padrinho de casamento. A TVM patrocina a cerimónia.
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