jack kerouac |
Meu Deus, ia-me dando uma coisinha má. Estou num cibercafe, e fui buscar a imagem do Kerouc ao google e gravei a coisa no my pictures. Quando agora abri a pasta para colar a imagem aqui o my pictures estava cheio de imagens escaldantes de mulheres magnificas e rigorosamente peladas, e nem sei como resisti à tentaçao de em vez dum retrato do autor dos haikus colocar um grande plano de uma "flor carnivora". Ficam a saber, o Jack olha para off, para o vértice onde na mente humana pernas e águas de abril confluem. Nao digam que nao avisei.
As versões são minhas.
Os elefantes mastigam
a erva – amoroso
tête à tête.
Pode o tempo partir o rochedo?
Há-de o mármore rachar,
o diamante há-de morrer.
As águas vêm
as águas vieram -
isto é a eternidade.
Balança a cadeira
de Verão sozinha
durante o grande nevão.
Inútil, inservível,
intenta o aguaceiro
perfurar o mar.
No armário dos remédios,
as moscas do inverno
morreram de velhas.
Não mais que um segundo:
a lua teve um airoso
bigode de gato.
As contas do amuleto africano
sobre o Manual Zen –
que frio nos joelhos!
Escuta o canto dos pássaros,
todos os pequenos passaritos
que um dia acordarão mortos.
Plácido entardecer de Julho
- uma enorme rã
no umbral da minha porta.
PENSAMENTO NA BANHEIRA
Uma rocha é como o espaço
porque ela não se move:
o espaço é como uma rocha
porque está vazio.
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