flor garduno |
EM JULHO DE 1990
De pé, num enterro
sentia que o morto
adivinhava os meus pensamentos
melhor que eu mesmo.
O órgão havia-se calado, e os pássaros pipilavam.
Acolá a cova, solarenga.
A voz do meu amigo mantinha-se
no reverso dos minutos.
Reentrei em casa penetrado
pelo estilhaço desse dia de verão
como são a chuva e o silêncio
penetrados pela chuva.
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