O mal é um esgar na face de deus
um tique esvaziado de sortilégio,
um lagarto que a si mesmo se esventra
na sede de encontrar um pouco de sol.
O mal cola-se à sola do sapato
como a vulgar pastilha elástica
e depois adere ao pé, ao pinçar dos dedos.
A minúscula larva que rói o cérebro
do rinoceronte faz correr o corno
atrás de um furo na carne.
Conheço o mal, é meu vizinho,
às vezes cativa-me ao espelho
e depois tenho de descolar da imagem
veia por veia, poro por poro. Grito.
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