sexta-feira, 20 de abril de 2012

A RESPOSTA PARADOXAL


A fotografia que a minha amiga Josefina Correia pôs no Facebook chocou-me tremendamente: o mobiliário, material, livros e computadores da Escola da Fontinha, vandalizados pela carga policial e expostos como entulho ao sol, à chuva e às moscas. Esta violência simbólica é tão brutal como a física e as duas sobrepostas esclarecem em que momento estamos: é segunda vez que, em mês e meio, dois, uma carga policial faz danos e feridos e que as “autoridades” se retiram satisfeitas com o dever cumprido.
Com que inconsciência larvar se destroem bens como livros e computadores e as instâncias de poder não vêm emendar a mão? Isto exige a violência duma resposta paradoxal.
Peço a cada portuense que vá depositar um livro ou na câmara municipal, um livro dedicado aos filhos do dr. Rui Rio, ou aos das chefias da polícia.
Dedicado aos filhos porque, sendo os pais macacos velhos que já não aprendem, nos filhos podemos ainda depositar a esperança de que aprendam as regras da urbanidade e o respeito pelas condições de possibilidade que proporcionamos aos outros.
Não creio que uma boa pirâmide de livros os faça corar de vergonha - aos pais, pois só é capaz de iniquidade quem destruiu em si os últimos resíduos de qualquer reserva mental – mas aos filhos sim.
Talvez os filhos despertem para o nojo e façam sentir aos pais como são abjectos.
É tudo o que peço…

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