quinta-feira, 28 de junho de 2012

AS MÃOS E O ROBOT: DELÍCIAS

              robert doisneau: antes das mãos serem robotizadas, o belo trabalho que tinham

... DA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
                                                         para o Rui Trindade, meu velho colega no Expresso
                                                         e meu novo companheiro de aventuras em Maputo

As mãos são equipadas de sensores de toque.
Eram todas. As novas, robóticas, atingem níveis de sensibilidade superlativa,
níveis de oh la la - no surf sucede-se a uma primeira uma segunda
linha de ondas, oh la la....  Os dedos robóticos têm o mesmo tamanho
de um dedo humano, mas na vagina, oh la la, da Gertrudes
surpreendem os diques da Rainha de Sabá e o aveludado extremo
que enlouqueceu até à impotência Giacomo Casanova.  Nunca houve
senão peles e nervos flexíveis, condutores de fluxos, 
mas os cientistas desconheciam e resolveram ajudar os materiais
a tomar consciências das texturas alheias e próprias,
afim de poderem monitorizar e interpretar o que, acaso,
detectam, uns dedos mecânicos. Quando o dedo
deslisa sobre uma textura, oh la la, vibra de diferentes maneiras.
Essas vibrações, captadas por um transmissor de som
localizado dentro dos dedos de metal, inervam-se. Detecta

assim a mão robótica o tipo de textura, oh la la, a forma e as propriedades

térmicas do objecto, com mais precisão do que o dedo humano.

Dizem os especialistas, que esta mão robótica detecta 117 materiais

comuns com uma precisão de 95%. A de uma inteira banana de liamba

fumada de uma vez só. Um pequeno ribeiro torna-se um dos aquedutos

da Rainha de Sabá. Eu vi, estive no Iémen e sei, oh la la,

de que escala se fala. E a ser verdade, a mão robótica

vai ser a primeira a masturbar os seus próprios (e gulosos) dedos,

já vejo o mindinho a esgalhar o polegar, e o dedo médio

a excitar a glande do indicador, em prova técnica, oh la la,

que equivalará em esforço a 5000 m mariposa,

enquanto a mão natural, enfim liberta, intentará sublimar na arte

o arrombo de tanta sensação não nomeada e libertar

(oh la la) tais cargas de imaginário que o robot

(a mão de sensores incomuns) descobrirá em pânico…

as delícias do erotismo - totalmente escravizado

pelo desfrute das sua novas sensibilidades. Problema dele.


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