a mensagem das baleias, alice w r
1
Cabeças expectantes como carvões
a quem ventila
a chaga da memória
e que só pela mutação têm repouso,
no mínimo viável que antecede
a elucidação
dos ventos solares,
uma ambulância azul
e sem um vinco por fora,
à imagem do céu,
enquanto
por dentro ardem
sementes dum amor
irrestrito
como o primeiro piri-
piri na língua
quando até a água foge
do Deus que s’esconde.
2
Sonhemos com as coisas imperfeitas,
a uva num pires quando nos abre a porta
a vulva, no canapé,
that
o amor na vulnerabilidade
dos que não se admitem ensimesmados
that
o pasmo na ausência qu’
inebria as ruínas,
não receemos as coisas imperfeitas,
o ar rarefeito da montanha
expande o olhar
descasco-te a laranja?
a fuga que lucilou
nos teus olhos perdeu o horário
do comboio
sob os ulmeiros.
do you remember?
Amemos as coisas imperfeitas;
quem perde a vida lubrifica-a
na discrepância
that
3
Não supunha que pudesse crescer
para dentro, colarinho
no pescoço
de outros nomes,
afinal, nem só a pele
descartável da cobra
pesponta
no vazio,
desassossegando luas
entre os áugures.
Quem envereda p’los sismos
do amor
encaracola
na liberdade,
dorme na esteira.
Não supunha.
Ou que albino,
o vento, me assarapantasse o guarda-
-chuva
e soassem clamores
o desejo da tua língua
na vara
líquida que
torna habitável o inferno.
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