estes vão p’ró moço Henrique Fialho, que faz anos,
a quem admiro e que felizmente é casmurro
do Beckett é uma armação totalmente vegetal,
e no pergaminho do seu rosto
escondem-se um repolho e duas folhas.
que quis chegar às estrelas mas se resignou
em pecíolo e em cuja metade pulsa, inútil,
aquela vagem do tamanho dum amendoim.
que a leitura da sua acostumada imagem,
entre ave de rapina e angústia,
lhe vem da extrema lentidão,
da lenta fruição da clorofila
que o autor partilha com as suas personagens
e até no modo recalcitrante como lutam & lutam
mais activas que contemplativas.
Fito-lhe o retrato imaginando que plantas
hão de ser tão emaranhadas. Como se ele em criança
de funcho. Peço um Grants, duplo,
pois quero vê-lo espelhado nos estalidos
do gelo, e então ouço-o
segredar-me, num irlandês
de duas gemas de ovo:
"Creio que inventámos o amor
para que Deus não se suicide!"
retrato de Lou Reed por Alice W R
2. LOU REED
o janota que tinha um deus
que vivia em três mundos.
Mas assim que montava o selim
de freguesa auspiciosa,
com fundos e amante de folhetim,
punha um ar de bezerro
em ultra-levure
e trauteava-lhes, a boca
em fotogravura,
tu tu tu, satellite of love
tu tu tu, satellite of love.
também lhes recomendava book
sobre a pintura dos bambus,
que num ressoante vagido
largavam ao vento o nome das viúvas
ou das solteiras mais injustiçadas
aquelas que catrapus
fariam cair de novo o império romano,
e depois: tu tu tu tu, satellite of love
Tu tu tu tu, satellite of love.
por assédio, onde defendeu
que não passava dum budista primitivo
e talvez dos médios, dos menos atractivos.
Mas houve uma Fátima que lhe pegou
- eu dou-te o meu lençol e tu dás-me o coração –
que bom cair nas trampas da ilusão;
há-de no rastilho tornar-se mártir do Islão?
tu tu tu, satellite of love
tu tu tu, satellite of love
tu tu tu, sa-te-lli-te-of-lo-ve
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