WHY WHY, by Alice W R
Difícil é voar e não depende do balanço
mas do lastro de ar que irrejeitável
nos erga a prumo, como se deus
- uma garrafa de oxigénio entupida de génios
verdes – nos tivesse concedido uma audição.
Sequer depende da atracção do firmamento
já que tantas daquelas luzes são urnas.
Difícil é voar porque uma intrincada porção
de carne entope como betão os poros
que abriam ao vento o corpo – e dele, galáxia
natal, faziam via rápida. E quem arrisca
agora a pele se, inumana, a ascenção
inflama em todo o metacarpo o ferro?
Não há cão crestado que não queira sair
do sol. Contudo, é vero, o carvão sobe
descendo em si mesmo, até ao brilho
da gema, e não se desvalida a gravidade
à primeira oportunidade, se até as ossadas
sob a neves s’abstraem da mensuração
da discórdia e, confundidas no branco,
ganham asas - estrelas em floco?
Só o homem, amassado pelas wastes lands
que no coração laminou, não se inspira
a sair de si próprio e abraça-se às moscas,
pubescentes e gris, do realismo para furtar-
-se às transformações silenciosas
que tumultuam as marés ou
levam o pigmeu à flexão do medo,
ebriedade com que mata o elefante,
aparentando-se finalmente ao homem.
nota:
"galáxia natal" é de Wallace Stevens
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