Ao soutiã de Sócrates
não o herdou Alcibíades.
Aros quebrados pelo uso
de fatigados rios
que já não aguentariam
uma truta desaustinada
quanto mais amantes
de cabelos cacheados
e de inapetecíveis apelidos
como Escambónidas.
Amar para situar a tristeza
das elipses, o fruste
clamor dos deuses
que desovam no mar,
sobre a carapaça d’
uma distraída tartaruga
que se aparta,
é vã fortuna.
O soutiã de Sócrates,
a célula 44 no presídio
da sua alma, espera
talvez pelo primeiro-ministro
do Luxemburgo. Qu’
os pomos de Alcibíades
não lhe faziam jus.
Nem por sombras.
Menos ingrato, mais
descansado fiquei
pois nunca correr eu quis
com os calções de Carlos Lopes.
A cada um os seus
fadários. Sangue seco de batalhas.
Torpe me contento numa visita
à Feira da Ladra
em passo de lesma,
com taberna pelo meio
para no manso beberico dum
tinto
espreitar a primeira edição
comprada a um tanso.
Uma vez troquei
um canivete suiço
pelo Sócrates de Satie,
onde o músico abandona
os ginásios e arma-se
ao pingarelho.
Acontece aos mais míopes
quanto mais aos menos.
E ao soutiã, quem no leiloa?
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