BALADA DO ADÚLTERO
Seja o amor um pomar reservado
e meigo, embora transigenteno ornato: pomo com bicho,
reinadia malandrice, afluentes
que à letra do leito angular
trazem novas, prósperas, imagens
e o sismo que adoça a pontualidade. Que o amor se alce
e, animal com mais pêlo
na venta que simetria, não desatendaa ilusão de cirúrgicos desvios,
trocar portas por janelas
- uma deleitosa intercessão.
E porque o amor não invalidao calafrio, e sede há
de sermos vários, de antemão
à ombreira da decisão de tornar
a casa, de coda entre as pernas.
A EMPREGADA DO BAR
que terá o candelabro
que das suas lágrimas
se esqueceu.
As sobrancelhas estão ao osso.
Lábios espetados em vê,
detonados em duas narinas
de longo curso.
Nos seus seios a réstia
do mais intratável pagão
se crucificaria em Cristo.
Com um guardanapo limpa
a transpiração que lhe lajeiaos braços.
Fala com se anoitecesse
papoilas que nunca viu.Chama-se Esperança.
Não é?
ABC DA POLIGAMIA
“falou que hoje não conseguiu
o dinheiro para me importare que por isso me exportava
pra casa de minha mãe...”
que assim gere a economia dos (g)la(cia)res
- deuses, como é sabido, em deflacção.
- Não bebe, mas já vem com ela nos cornos.
- Era tímida, como se tivesse vergonha por não ter
segredos
- Aquele? É tipo papagaio sem freio. Todos os
homens papagueiam um bocado mas estar todo o dia com uma gralha dá
taquicardia...
- A moléstia é sempre pouca quando é mole.
- Moléstia?- A arrelia que é mole como a merda...
- Não te percebo...
- Isso é pior que a nhanha, é acostumação...
- Só vivi a vida que foi intencional...
- Quem não chora não mama!
Atira-lhe ele, que chega ao pé dela na esplanada.- Quem não mama, não chora...
Replica ela, ufana.
Deflação - mesmo antes do (Des) Acordo...
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